terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Cientista político avalia que abertura para propaganda de políticos em redes socais nestas eleições significa a mercantilização da área

Lúcio Flávio (com o editor) diz que o "poder econômico irá permanecer"
Nas eleições deste ano, os eleitores serão forçados a receber propagandas de candidatos nas redes sociais. Já que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a propaganda eleitoral na internet, o que inclui pagar para exibir anúncios eleitorais ou impulsionar publicações em plataformas como o Facebook, Instagram, YouTube e o Twitter.
O TSE também permite que campanhas usem sites, e-mails, blogs e aplicativos de mensagem instantânea (como o WhatsApp), a partir de 16 de agosto. Com isso, os políticos terão uma nova arma à disposição na campanha eleitoral. Além da propaganda de rádio e TV, por meio do guia eleitoral, eles também poderão utilizar as redes sociais para impulsionar suas propagandas e fazê-las chegar de forma mais rápida junto ao eleitor que quer atingir em busca de votos.
Pelas regras pré-estabelecidas, somente candidatos, partidos e coligações poderão panfletar nas redes, fornecendo dados sobre sua identidade eletrônica à Justiça Eleitoral. Estão proibidos de impulsionar conteúdo eleitoral nas redes perfis falsos, páginas ligadas a empresas e a entidades da administração pública. O TSE tem até 5 de março para publicar a versão definitiva das regras. 
Empresas de tecnologia consultadas (pelo Portal PBAgora), como Google, Facebook (que também responde pelo Instagram) e Twitter dizem que vão respeitar as novas normas. A liberação da propaganda eleitoral na Internet divide opiniões de cientistas políticos, marqueteiros e até de advogados, que afirmam que a liberação da propaganda na internet inaugurará um novo capítulo no modo de fazer uma campanha no Brasil.
O cientista político Lúcio Flávio Vasconcelos, doutor em história política pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), diz que a liberação representa a mercantilização cada vez maior das campanhas, semelhantes ao que acontece nos Estados Unidos, onde essa prática é corriqueira. “Mas infelizmente, o poder econômico irá permanecer”, comentou.

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